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Máquinas de processamento de informações

Esse artigo é um convite para perceber o corpo humano como uma máquina de processamento de informações, utilizando diferentes conceitos e analogias para destacar a importância de uma visão integrada de corpo, mente e espírito, essencial para uma experiência de vida plena e equilibrada.

Índice do artigo

Recentemente eu estava no supermercado e, enquanto aguardava na fila do caixa, uma senhora encontrou uma velha amiga e ao cumprimentá-la, perguntou sobre outra amiga.

A senhora respondeu: “Está daquele jeito, né? A doença evoluiu, não está conseguindo respirar direito, taquicardia o tempo inteiro, mas tá bem! O importante é que o remédio tá funcionando e ela está conseguindo ficar de pé!”.

Em outra ocasição, estava conversando com um amigo e ao perguntar como ele está, ele me disse que estava sofrendo com a hérnia de disco, mas o importante é que ele tava conseguindo trabalhar.

Há algum tempo venho refletindo sobre a percepção do senso comum de que a saúde é importante apenas para não sentir dor, não sofrer, para poder trabalhar, sair, namorar, etc.

Mais do que isso, tenho refletido bastante sobre como o ser humano enxerga o seu corpo como “eu”.

Não vou dizer que esão errados, que nossas saúdes e nossos corpos não estejam ligados a tais questões.

Neste artigo, eu quero te convidar para, novamente, ir além do senso comum. Para olharmos a nossa estrutura fisiológica como algo além do que ela representa a nível mundano: o corpo do eu terreno.

Sempre apresento que, para além do corpo e da mente, há uma consciência que nos permite experimentar a vida, a existência.

Tudo muda quando passamos a enxergar corpo e mente como máquinas, receptáculos necessários para que essa experiência aconteça.

O nível da experiência está diretamente ligado à performance da máquina, e é sobre isso que discutiremos à seguir.

Tudo é informação

Partindo do velho preceito de que tudo é informação, eu considero o corpo uma máquina de processamento de informações.

Pense no corpo humano como um computador. Assim como um computador processa dados para funcionar, nosso corpo processa informações para realizar nosso propósito fundamental.

Assim como a mente, que é uma máquina de conversão de energia (fluxo de informações) sutil em energia densa, o corpo fisiológico assume a função de converter a energia da experiência mundana em pensamentos, sentimentos, sensações e intuições que, na minha visão, são “formatos” de informações adequados à máquina mente.

Assim como alguns programas só abrem arquivos em determinados formatos, a mente também só transmuta energia “material” em “espiritual” (e vice-versa) se elas estiverem no formato correto.

Tente abrir um arquivo de música no Word e verá que não vai dar certo. O mesmo ocorre com a mente.

As Funções Psíquicas de Carl Jung

Carl Jung, um dos pioneiros da psicologia analítica, desenvolveu a teoria das funções psíquicas que, de maneira bem resumida, descreve quatro maneiras distintas pelas quais a mente humana processa informações e experiências.

Essas funções são: pensamento, sentimento, sensação e intuição.

Vamos explorar cada uma delas no contexto apresentado, onde o corpo e a mente são vistos como máquinas de processamento e conversão de energia.

Pensamento

Na visão de Jung, a função pensamento é a maneira pela qual processamos informações de forma lógica e analítica. Esta função envolve a avaliação das experiências e informações de maneira racional, utilizando lógica e objetividade.

No processo em que a mente converte a energia sutil da experiência em formas mais densas de energia, o pensamento seria a conversão dessas experiências em estruturas lógicas e compreensíveis, facilitando a tomada de decisões e a resolução de problemas. 

Sentimento

A função sentimento, segundo Jung, é a avaliação subjetiva das experiências com base nos valores e na afetividade. Em vez de focar na lógica, o sentimento avalia o significado pessoal e emocional das informações.

Dentro da perspectiva de que o corpo converte experiências mundanas em pensamentos e sentimentos, podemos dizer que essa função representa a capacidade de atribuir valor emocional às experiências, ajudando a formar um senso de conexão e significado pessoal em relação às informações processadas.

Sensação

A função sensação refere-se à percepção direta e concreta do mundo através dos sentidos físicos. Ela lida com a realidade objetiva e tangível, capturando detalhes factuais e dados sensoriais.

No contexto do corpo como máquina de processamento de informações, a função de sensação envolve a conversão de estímulos físicos (como visão, audição, tato, paladar e olfato) em percepções conscientes. É a base da experiência imediata e factual do mundo ao nosso redor.

Intuição

A função intuição é a percepção de possibilidades e padrões subjacentes às experiências sensoriais. É uma forma de processamento que transcende a informação imediata e concreta, permitindo a percepção de conexões, potencialidades e insights que não são imediatamente óbvios.

Dentro do modelo de corpo e mente como máquinas de processamento, a intuição seria a conversão de experiências mundanas em insights profundos e criativos, muitas vezes acessados de maneira espontânea, sem o uso direto da lógica ou dos sentidos.

Jung acreditava que todos possuímos essas quatro funções, mas cada indivíduo tem uma ou duas funções predominantes. O equilíbrio e a integração dessas funções são essenciais para o desenvolvimento psicológico completo.

No contexto apresentado, as funções psíquicas de Jung oferecem uma estrutura para entender como diferentes tipos de informações e experiências são transformados em conhecimento consciente e subconsciente.

Nesse sentido, podemos perceber a conexão entre corpo, mente e espírito, conforme abordado pelas teorias filosóficas e científicas de todos os tempos.

O corpo não é apenas uma extensão da mente, mas sim um componente físico dessa poderosa máquina.

Um carro converte a energia química da combustão em energia cinética, mas antes disso houve uma comando para que fosse desencadeada toda essa transformação interna até se obter o resultado final que é o movimento.

Motorista e motor, no momento da experiência são componentes da mesma máquina, o carro.

Assim como o motor de um carro converte energia química em movimento, nosso corpo converte nutrientes em energia física e mental. Manter essa conversão eficiente é crucial para o bem-estar geral e para a nossa capacidade de realizar (tornar real).

No caso do carro, inerentemente há a vontade de se locomover e a estrutura física que permite a satisfação dessa vontade em um plano físico que interage com o plano psíquico do motorista. Isso movimentou a realização daquilo que o motorista se dispôs a fazer (dirigir para chegar a algum lugar).

Eu sei que é uma analogia meio “viajada”, mas é o exemplo perfeito para mostrar que o seu corpo é um mecanismo de processamento de informações, assim como a sua mente.

Nesse sentido, assim como um carro precisa de manutenção regular para funcionar bem, nosso corpo também precisa de cuidados constantes para processar informações de maneira eficaz.

A qualidade do processamento determina a qualidade da experiência a nível de percepção e cognição.

De maneira prática, uma comida que você come é informação. 

O local onde você come essa comida, o motivo que te levou a esse local, bem como a forma como essa comida é mastigada, digerida, como os nutrientes ali contidos são incorporados nos seus diferentes sistemas fisiológicos, e como aquilo desencadeia uma série de desdobramentos positivos e/ou negativos no seu corpo, tudo isso é um processo que vai muito além de se alimentar.

O mesmo podemos aplicar, por exemplo, ao uso das redes sociais.

O momento em que você pega o celular, o motivo que te levou a fazer isso, o tipo de conteúdo que você está consumindo, o processo de seleção dos conteúdos e o que cada um desses vídeos e imagens causam de desdobramentos em seu sistema fisiológico até chegar no campo mental.

Tudo isso também é um processo que vai muito além de um mero entretenimento.

Eu poderia estender esse papo às experiências familiares, profissionais, enfim, a toda e qualquer experiência que nós vivenciamos aqui no plano terreno, que todas elas teriam o mesmo padrão: o corpo, processando a experiência e preparando essas informações para a mente convertê-las em energia sutil.

A conversão dessas informações modula a sua capacidade cognitiva e perceptiva, quem você é, e principalmente, o que se manifesta em sua realidade.

O Fluxo de Informações e a Liberdade

A informação é livre. Para modular o universo físico e não físico ela deve fluir em plena liberdade.

Quando eu falo em liberdade, algumas pessoas ainda não têm a clareza do significado pois ainda estão presas no que o senso comum atribui de significado a ela.

Dificilmente alguém se abre para entender de fato qual é o significado da liberdade que eu apresento aqui neste projeto, pois o termo é algo tão presente nos discursos comuns, que os indivíduos caíram em uma espécie de zona de conforto em que se recusam sair da concepção usual e ir além do que a palavra realmente significa.

A liberdade não é algo complexo de se entender, não precisa envolver tantas questões sociais, psicológicas, materiais. A liberdade é apenas o fluxo pelo qual as coisas se realizam.

Tudo é dual, e para que algo surja dessas dualidades, a troca entre os dois extremos deve ser realizada em um fluxo livre, sem barreiras.

O mundo físico, bem como o mundo não físico, são como uma só substância que assume diferentes formas, mas que não se divide em nenhum momento.

Quando uma informação é consumida, ela não saiu de fora e veio para dentro, ela não se separa de todo o resto, como somos levados a acreditar por intermédio do ilusório separativismo dos nossos sentidos primários.

O ponto é que a realização da informação, ou seja, quando um fluxo de informação se torna parte da realidade dos sentidos, ela passa por um processo de transformação mental, que está relacionado com a tríade mente, corpo e espírito.

Aprimore a máquina e modele a sua realidade

No início do tópico anterior eu disse que para modular o universo, a informação precisa ser livre.

A etimologia da palavra “modular” está relacionada ao verbo latino “modŭlo, as, āvi, ātum, āre”, que significa “regular, dispor regularmente, ordenar, medir, usar medida-base (arquitetura), dar ritmo, cadenciar, marcar o compasso, cantar, tocar (instrumento)”.

A palavra é aplicada em diversos contextos, como música, arquitetura e sistemas modulares, onde componentes individuais podem ser combinados de maneira ordenada para criar um todo funcional.

Ao pesquisar sobre o conceito nessas diferentes áreas, encontrei dois conceitos interessantes.

Na eletrônica, “modular” refere-se ao processo de modificar um ou mais parâmetros de uma onda portadora (como amplitude, frequência ou fase) de acordo com a intensidade de um sinal de mensagem.

Este processo, conhecido como modulação, é fundamental para a transmissão de sinais em sistemas de comunicação, como rádio e televisão, onde a informação precisa ser codificada para ser transmitida eficientemente através de diversos meios.

Na informática, “modular” significa transformar dados digitalizados em sinais de frequência compatíveis com a transmissão através de uma linha telefônica.

Este processo é realizado por um dispositivo chamado modem (modulador-demodulador), que converte os dados digitais de um computador em sinais analógicos para transmissão e, posteriormente, reconverte esses sinais em dados digitais no receptor.

Assim como na eletrônica e na informática, onde “modular” implica alterar parâmetros de ondas ou transformar dados para transmissão eficaz, nosso corpo e mente também modulam informações.

O corpo fisiológico e a mente funcionam como máquinas de processamento que modulam as experiências sensoriais e emocionais, convertendo-as em pensamentos, sentimentos, sensações e intuições.

Esta modulação é crucial para a integração de diferentes tipos de informações e para o equilíbrio do funcionamento cognitivo e emocional, permitindo-nos perceber e interagir com a realidade de maneira ordenada e significativa. 

Na prática, a nossa capacidade de ajustar, transformar e regular informações e energias é crucial para satisfazer as nossas vontades e manifestar a realidade que nós queremos para nós.

A chave é a sua capacidade de processar informações

Se você não aprimora seus sistemas fisiológicos para processarem o alimento que você come, o peso que você carrega, a escada que você sobre, o chefe chato que exige sua máxima performance, dificilmente você será capaz de satisfazer suas vontades.

Para lidar com o mundo, precisamos estar em alta frequência, e alta frequência implica em uma alta capacidade de processamento.

É fundamental irmos além da concepção de que nós somos apenas “seres humanos”. Que o seu corpo é apenas quem você pe.

Precisamos sair disso e nos enxergarmos como máquinas de processamento de informação que atuam na transformação de diferentes formas de energia. Somos máquinas de transmutação!

Movimentos corporais, como caminhar, correr ou levantar objetos, envolvem a transformação de energia química dos alimentos em movimento físico.

O calor gerado pelo seu corpo durante a digestão dos alimentos ou pelo metabolismo basal, ajudam a manter a temperatura corporal.

Os impulsos elétricos que transmitem sinais entre o cérebro e o resto do corpo, são essenciais para o funcionamento do sistema nervoso.

As ondas sonoras processadas pelo sistema auditivo, permitem a percepção de sons e influenciam estados emocionais e cognitivos.

O funcionamento combinado dos sistemas musculoesqueléticos durante atividades físicas, como levantar pesos ou correr, são cruciais para a sua sobrevivência.

Até a luz solar, que é absorvida pela pele para a produção de vitamina D, é essencial para a saúde óssea e para outros processos fisiológicos que te dão condições de viver melhor e impactam em sua capacidade de conquistar aquilo que você deseja para si.

Não existe burn out para um corpo com alta capacidade de processamento. Não existe ansiedade disfuncional se o corpo estiver em pleno funcionamento.

Se o seu corpo está em homeostase, sua mente corresponderá a isso, e o resultado será a prosperidade e a sensação de felicidade constante, que são estados relacionados a uma condição psíquica-espiritual.

O segredo que não te contam sobre a sua capacidade de processar informações

Infelizmente, vivemos em um mundo em que os indivíduos não se veem mais como responsáveis pela sua condição fisiológica, mental e espiritual.

As instituições, sejam elas políticas, científicas ou religiosas, assumiram o controle sobre o que devemos ou não acreditar e fazer para ter uma vida melhor.

A vida melhor que sugerem a nós se restringe a uma questão puramente estética, e na minha visão, isso está acabando conosco enquanto máquinas de processamento.

Nossa frequência de funcionamento não se adequa mais à nossa auto realização, mas sim à realização do mundo que “eles” querem, e por termos nos tornado “máquinas defeituosas” não somos mais capazes de perceber isso.

Nossa capacidade de processamento se restringe à construção da realidade que nos foi sugerida.

O mundo é tóxico, mas é possível viver nele, é possível se adaptar e nos elevarmos para além da frequência dessa energia que foi modulada na sociedade comum.

Portanto, é fundamental buscarmos alternativas para dar manutenção em nossa estrutura de processamento, seja ela física ou mental.

Reserve um tempo diariamente para praticar exercícios físicos, estudar sobre o seu corpo, a sua mente. Realize e busque práticas “atóxicas” que podem te ajudar a superar dificuldades de ordem psiquica e fisiológica.

Invista em um filtro de água que realmente trate e enriqueça a água que você bebe com nutrientes essenciais. Compre livros e expanda seus assuntos de interesse, viaje mais, viva o novo!

Precisamos reassumir a nossa responsabilidade por isso, e dedicar tempo a nos reconectarmos com a nossa natureza, que é pura, limpa, ideal para viver em plenitude e contemplar tudo que a existência pode nos oferecer.

Espero que essas informações tenham sido úteis.

Um forte abraço,
Luiz do Fora de Senso

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