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As Bibliotecas do Futuro

Esse artigo vai muito além de uma visão sobre o processo de transformação da realidade. Ele envolve uma profunda análise das relações de poder da nova era e como estamos inseridos nisso.

Índice do artigo

Hoje eu me deparei com essa notícia:

Logo que vi e compartilhei com vocês, uma vozinha interior me lembrou de um post de setembro de 2022 que está arquivado no meu Instagram.

No imagem satélites e datacenters e ao centro um título: “Essa será a biblioteca do futuro”.

O texto da descrição dizia:

O verdadeiro conhecimento permanecerá na tendência dual: oculto x exposto.

Por incrível que pareça, ambos os conhecimentos existem na mesma proporção.

O mesmo que está oculto e está exposto, como em qualquer dialética.

Há três tipos de conhecimentos fundamentais:

O que vem do produto da vivência de cada indivíduo no presente.

Esse tipo de conhecimento é o propulsor dos diferentes tipos de ciências sociais, ciência política, da antropologia, da filosofia, da religião, da psicanálise, da medicina.

Isso parte das perguntas que fazemos a partir do que vivenciamos no agora.

Tem o conhecimento que vem da nossa história (origem, passado, narrativas, etc).

É um produto das reações que ocorrem no primeiro.

Nessa etapa o conhecimento passa a se tornar institucionalizado e cria-se a máquina.

Os resultados da vivência são armazenados na memória e a sociedade passa a assimilar verdades, tornando-as cada vez mais reais, concretas e institucionalizadas.

O conhecimento que vem dos cálculos em relação ao futuro (predição, estatísticas, controle de dados).

Quanto maior o volume de dados passados armazenados em bibliotecas e museus, maior a capacidade de encontrar tendências e projetar resultados.

O mesmo ocorre com as bigdatas e satélites.

É aqui que começamos a ver a “piramidização” hierárquica do sistema.

Quem tá embaixo, não sabe o que quem tá em cima sabe, e nem vai saber.

E a tendência é que cada vez mais informações sejam ocultadas, afinal, a quantidade de informações expostas sob o domínio de grupos cada vez mais restritos é enorme.

Tudo que é exposto tem seu lado oculto, logo, quanto maior o controle do que é exposto, mais restrito se torna o lado oculto.

Seguindo o princípio da correspondência até que é plausível, não é mesmo?

O tempo passou e (é claro) eu amadureci muito o pensamento OutSense.

Na verdade, em 2022 eu nem sabia o que queria ao certo, apenas estava deslumbrado com o que eu havia atingido a nível de percepção.

Quem me acompanha no projeto sabe que eu tive minhas “fases” de gratiluz e trevas.

Muitos posts foram arquivados, pois a maioria deles se tratavam de abstrações de coisas muito profundas, o que tornava o conteúdo obsoleto a quem não percebe muita coisa.

2 anos e 3 meses se passaram desde o post sobre as bibliotecas do futuro, e com essa notícia que vi, não pude deixar de vim aqui fazer uma estudo da realidade com base nessas informações.

Eu não farei um panorama geral do texto, pois não quero criar nenhuma expectativa alheia.

Cada tópico será uma nova descoberta, e no final, todas elas serão reunidas como em um quebra-cabeça.

Vamos nessa?

Panorama: Elon Musk, Governo Brasileiro e a Cultura Woke

COMO A CULTURA WOKE DESTRUIU A FAMÍLIA DE ELON MUSK? ENTENDA
Retirei essa thumb aleatoriamente do Google, mas isso foi pauta dos principais canais de direita, esquerda, além de outros canais que se mostram mais “neutros”. Ou seja, caiu no mainstream e chegou para ficar.

Elon Musk frequentemente se posiciona como um crítico vocal da cultura “woke”, que ele associa a um excesso de correção política, censura e conformismo ideológico.

Seus posicionamentos políticos são frequentemente considerados conservadores, e ele tem sido crítico de políticas identitárias e de regulamentações governamentais.

Ele frequentemente utiliza plataformas como o X (antigo Twitter) para expressar sua visão de que o movimento woke pode sufocar a liberdade de expressão e inibir a inovação.

Musk também costuma criticar abordagens que ele considera excessivamente moralistas ou autoritárias no campo do ativismo social.

Por outro lado, o movimento woke, que para muitos busca justiça social e a conscientização sobre desigualdades estruturais, muitas vezes é retratado por Musk como uma força divisiva que prioriza virtudes superficiais em vez de soluções práticas.

Essa visão o coloca em conflito direto com aqueles que veem a cultura woke como essencial para promover equidade e inclusão.

No entanto, vale destacar que Musk é uma figura complexa e contraditória.

Apesar de suas críticas, ele também defende ideias que se alinham parcialmente a valores progressistas, além de ações que corroboram para o avanço da agenda “globalista”.

Em uma rápida pesquisa na internet, vi que Musk se autodeclara um libertário e defensor da liberdade de expressão.

Ao associar Musk a liberdade de expressão, chegamos ao Governo Brasileiro. Nesse contexto podemos ver o Brasil como sociedade, política e Estado.

Note que aqui na nossa realidade nacional (também ocorre em outras parte do mundo), há um movimento bem específico relacionado a essa pauta.

A guerra pela liberdade de expressão no Brasil reflete tensões políticas, sociais e culturais que se intensificaram ao longo das últimas décadas.

Esse tema é frequentemente um campo de disputas entre diferentes visões de mundo, em que os limites entre o que constitui liberdade e o que é considerado abuso ou discurso de ódio são debatidos.

Na redemocratização brasileira, com a Constituição de 1988, a liberdade de expressão foi garantida como um direito fundamental, rompendo com a suposta censura imposta pelo regime militar (1964-1985).

Contudo, desde então, diferentes forças políticas e sociais têm testado os limites desse direito.

Fiz um levantamento com uma linha do tempo de fatos marcantes no Brasil relacionados à liberdade de expressão e o processo de institucionalização e regulamentação. Vamos ver:

Censura na ditadura militar (1964-1985)

Durante o regime militar, houve um discurso de censura generalizada na mídia, nas artes e na educação. Nada contra, afinal, não podemos ignorar os abusos do Estado na época.

Comemorar 1964 é imoral e inadmissível, diz relator da ONU – DW – 29/03/2019

Apesar de uma ala questionar a gravidade da narrativa oficial, há inúmeros relatos que mostram que a imprensa era monitorada, e obras artísticas consideradas subversivas eram banidas.

Isso é interessante, pois é um padrão que se repete até hoje (em diferente proporção) com perfis e conteúdos nas redes sociais.

Este período deixou marcas profundas sobre o entendimento da liberdade de expressão no Brasil.

O impeachment de Fernando Collor (1992)

A liberdade de expressão foi fundamental para expor denúncias de corrupção contra o então presidente Collor.

Impeachment de Fernando Collor – Wikipédia, a enciclopédia livre

Há quem diga que quem colocou Collor na cadeira presencial, foram os mesmos que o tiraram para colocar o Lula, o que evidencia um ciclo, um padrão na construção de personagens políticos.

A imprensa e movimentos sociais, como o dos “caras-pintadas”, desempenharam papéis centrais na mobilização pública e tais fatos vêm sendo ensinados nas escolas, servindo de inspiração aos responsáveis pelo futuro do país.

Internet e redes sociais (anos 2000 em diante)

A ascensão da internet revolucionou a liberdade de expressão, dando voz a milhões de brasileiros.

Entretanto, também trouxe desafios como desinformação, fake news e discursos de ódio, levando ao debate sobre regulação do ambiente digital.

Nove 'modinhas' da Internet nos anos 2000

Desse ponto em diante, várias leis surgiram no Brasil e no Mundo, o que gerou uma intensa politização a nível de regulamentação e criação de instuições para lidar com os desafios existentes.

Protestos de 2013

Esses protestos começaram como manifestações contra o aumento das tarifas de transporte, mas se expandiram para incluir uma gama de reivindicações.

Foi tipo assim: cutucaram a b#st@ para que fedesse mais. Os desdobramentos disso você já sabe né?

Até hoje eu me lembro de um cartaz que eu fiz: “Não é só por 20 centavos”, dizia.

O papel das redes sociais foi crucial para organizar e amplificar essas vozes… eu, inclusive, só participei porque o evento no Facebook estava bombando.

Convenhamos, esse tipo de coisa ficou hypada já que trás uma sensação de pertencimento, despertada pelos estímulos de perda e ganho, dor e prazer.

Polarização política e “fake news” (2018 em diante)

A eleição de Jair Bolsonaro foi marcada pelo uso intenso de redes sociais, mas também por acusações de disseminação de notícias falsas (para ambos os lados).

Veja só o gráfico abaixo.

Navegar é preciso! Regular (as redes) também – Jornal da USP

Isso intensificou o debate sobre como equilibrar liberdade de expressão e o controle de desinformação.

E novamente, o que veio no mundo em 2019? Como isso impactou o Brasil em termos de liberdade de expressão? Pois é…

A regulação das redes sociais

Nos últimos anos, projetos como o PL das Fake News (PL 2630/2020) tentam criar mecanismos para combater a disseminação de informações falsas e discurso de ódio.

Isso gerou controvérsias, com críticos argumentando que tais iniciativas podem ser usadas para censura.

Supremo Tribunal Federal (STF) e a liberdade de expressão

O STF tem tomado decisões polêmicas sobre o tema, como a abertura de inquéritos para investigar fake news e ataques à democracia.

Enquanto alguns defendem essas ações como necessárias para proteger o Estado de Direito, outros as consideram excessivas e uma ameaça à liberdade de expressão.

Aqui retornamos a Elon Musk.

As tensões entre Alexandre de Moraes e Elon Musk começaram a ganhar destaque em novembro de 2023, quando Musk, dono da plataforma X, criticou publicamente Moraes e o Supremo Tribunal Federal (STF).

Musk acusou o ministro de censura e de violar a Constituição brasileira ao impor restrições ao conteúdo da rede social.

Em resposta, Alexandre de Moraes incluiu Musk no inquérito das “milícias digitais,” alegando que o bilionário estava promovendo desinformação e dificultando o cumprimento da lei no Brasil​.

Essa disputa intensificou o debate sobre liberdade de expressão no Brasil e o papel das redes sociais na propagação de conteúdo considerado ilícito.

Enquanto Musk alegava defender a liberdade de expressão contra medidas que ele considerava autoritárias, Moraes argumentava que a regulação das plataformas era necessária para evitar crimes como discurso de ódio e disseminação de informações falsas.

Essa polêmica trouxe atenção internacional ao tema da regulação das redes sociais e evidenciou o embate entre liberdade digital e controle estatal presente no mundo.

Elementar, meu caro Watson

Vejo que todo esse movimento que tem acontecido no Brasil e em várias partes do mundo, tem a ver com uma questão fundamental que está guiando o mundo para o Estado (pseudo)Absoluto, o que já é uma realidade, mas que está passando.

Embora um governo possa parecer democrático ou descentralizado, ele pode operar com tendências autoritárias.

Isso ocorre, por exemplo, quando instituições independentes são cooptadas ou quando mecanismos de controle social, como propaganda, censura e vigilância, criam uma submissão indireta ao poder central.

Porém, estamos vendo cada vez mais que as nações estão entrando em conflito com o setor privado, já que alguns indivíduos possuem uma fortuna maior que o PIB de muitos países, e suas decisões podem levar a colapsos globais.

24 de setembro de 2022

Essa foi a data daquele post.

Pouco antes, em maio do mesmo ano, Musk havia declarado seu apoio a Bolsonaro, enquanto visitava o Brasil para oficializar a entrada da Starlink no país.

Na mesma semana da visita do Musk, o Lula havia se casado com sua atual esposa e primeira-dama, Janja.

Convenhamos, é minimamente estranha a repercussão recente de Janja mandando o Musk ir se f#d…

No post eu disse:

Na mesma semana que rolou o casamento de um, também rolou o casamento do outro. Ironia? Destino? Coincidência?

O sistema não brinca em serviço. No  momento mais oportuno, surgem eventos para nos manter num padrão de pensamento que nos traga esperança ou desilusão, que nos leve ao extremo de nossas divisões cotidianas.

Buscamos um sentido para nossas vidas, e baseamos esse sentido na esperança de que algo irá surgir para salvar nossas peles, ou que um ideal irá se sobrepor aos outros e resolver todos os problemas do mundo.

Nesse meio, uma sequência de fatos criam uma experiência desnorteada, avulsa, para preencher o vazio que sentimos ao buscar um sentido para as nossas existências.

Parece não ter nada a ver uma coisa com a outra, mas enquanto você não perceber que eventos como esse têm o objetivo de manter sua consciência distraída, registrando sentimentos baseados em eventos aleatórios, você não perceberá a gaiola que cercea sua liberdade.

Elon Musk, como proprietário da plataforma X (antigo Twitter), detém uma poderosa ferramenta que impacta diretamente a liberdade de expressão no mundo.

A presença de figuras públicas e governantes no X faz da plataforma uma arena política central.

Musk frequentemente interage diretamente com líderes e suas decisões sobre conteúdos publicados podem influenciar debates geopolíticos.

Como vimos, no Brasil não foi diferente

É impossível detectarmos o impacto dessas relações entre indivíduos poderosos no setor privado x indivíduos poderosos na pirâmide do Estado.

Eu não vou nem comentar o fato de que Musk e outros ricaços exploram tecnologias como inteligência artificial e redes neurais para transformar a comunicação e a expressão na internet.

Tambéms não vou comentar sobre a Neuralink, que tem mudando drasticamente a forma como os humanos interagem com computadores e outras máquinas.

A notícia que motivou esse artigo

Musk também controla o Starlink, um sistema de satélites que fornece acesso à internet global.

Quando eu vi essa notícia, os dois posts arquivados no Instagram vieram à minha cabeça.

A partir daqui, precisamos entender um pouco sobre o papel dos dados gerados no mundo, e como essas empresas podem impactar o mundo.

Veja o que eu achei na internet ao pesquisar “Dados são o novo…”

“Data is the new oil”, a frase que agitou o mundo dos negócios foi criada por Clive Humby, um matemático londrino especializado em ciência de dados. Essa expressão tem sido bastante citada no mercado. Executivos do mundo todo usam para defender a ideia de que os dados são tão valiosos quanto o petróleo.

Vou ainda mais além… Na minha visão, os dados são a nova forma de manifestação do capital.

Em outra rápida pesquisa na internet encontrei isso:

Em sua análise, Marx lança mão do conceito de capital, que segundo a pesquisadora é definido como “valor que se valoriza, ou seja, uma dada magnitude de valor incorporada em dinheiro, empregada de modo tal que, ao final do processo, retorne ampliado a seu proprietário”. (Fonte: https://www.fflch.usp.br/37730)

Mas vamos considerar apenas a ótica do petróleo, para não viajar muito mais do que já está acontecendo.

Só peço que você se lembre ou busque entender a relação de Marx com o capitalismo e o petróleo.

Nas décadas passadas, o petróleo se tornou o principal recurso relacionado ao tema “energia”e com o volume de dados circulando e sendo armazenados “globalmente”, há a manifestação de um paradoxo no sistema em que os dados serão a causa de uma completa renovação do sistema energético mundial.

O petróleo começou a se tornar a matriz energética predominante no início do século XX, especialmente a partir da Primeira Guerra Mundial (1914-1918).

A partir desse período, o petróleo superou o carvão como a principal fonte de energia do mundo.

Seu uso massivo foi impulsionado pela demanda por combustíveis líquidos eficientes para veículos automotores, navios e aviões. Antes disso, a matriz energética global era dominada por recursos como a madeira, o carvão mineral e, em menor escala, a força hidráulica.

A dependência global dele tornou-se ainda mais evidente durante as crises do petróleo de 1973 e 1979, que mostraram como as economias modernas estavam vulneráveis a interrupções no fornecimento de petróleo.

O petróleo começou a ganhar destaque como fonte de energia durante a Segunda Revolução Industrial (cerca de 1850 a 1945), mas foi a Terceira Revolução Industrial (iniciada no pós-Segunda Guerra Mundial) que consolidou seu papel como matriz energética global.

Estamos passando pela 4ª Revolução, e um dos aspectos que ditam uma revolução são as matrizes energéticas (e isso se aplica em diferentes níveis, do “espírito” à “matéria”).

Vai pegando essas informações…

O controle de dados envolve mais do que captar, armazenar, tratar e transferir informações.

Ele exige uma visão ampla que inclui governança, segurança, privacidade e ética no uso, na tentativa de garantir conformidade legal e eficiência no gerenciamento.

Se a alma é o que anima os seres, os dados é o que anima o capitalismo.

Capitalismo enquanto estado de ser, manifesta o capital.

Essa é a “energia” que irá mover o mundo

Agora trazendo isso para o contexto do Elon Musk, precisamos entender que o cara controla um volume de dados que o permite interagir com governos e líderes mundiais “mano a mano”.

Não estou falando que ele é um herói, nem um vilão.

Para entender melhor, pense no X, na Starlink, na Neuralink, na própria Tesla e no PayPal.

Veja o volume de dados que as empresas de Musk geram dia após da.

Comprovadamente, isso não apenas lhe deu o poder em regiões onde governos locais restringem o acesso à internet, permitindo que populações contornem censuras, mas também levantando questões sobre sua supervisão unilateral de tal infraestrutura, ou seja, uma série de coisas que pairam no ar e todo mundo gosta, porque faz parte do entretenimento.

O ponto é que a indústria de dados está transformando a realidade, e Elon Musk, juntamente com figuras como Jeff Besos, Zuckerberg, Bill Gates e companhia, além dos seus padrinhos e os figurões do sistema monetário (banqueiros, grandes proprietários de terra e pessoas cujo poder desconhecemos) dominam a transferência de dados do mundo em diferentes “camadas sociais”, desde a sua intimidade, até a sua vida pública.

Olhe apenas na sua internet, quantas instituições “costuram” a sua experiência. Aplique isso em sua vida cotidiana, na quantidade de energia elétrica que você gasta mensalmente, e quanto você ganha por mês.

Tudo isso está sendo computado dia após dia, e de maneira intrínsceca está sendo usada para moldar suas decisões.

Recomendo que você estude e sinta um pouco do que foi o período da popularização do petróleo e compare isso com o período em que estamos agora.

Um importante panorama pode ser encontrado neste artigo sobre gerações.

Agora que você entendeu a importância dos dados, estamos prontos para falar sobre as bibliotecas do futuro.

No texto que motivou esse artigo, comecei da seguinte forma:

O verdadeiro conhecimento permanecerá na tendência dual: oculto x exposto.

Aqui eu falo sobre a dualidade dialética como um padrão fundamental aplicado na busca pela verdade que se dá basicamente por um movimento entre duas vertentes. O “exposto” no caso seria a ciência, e o oculto poderia ser o “ocultismo”, ou a tendência oculta do ser.

Você pode entender sobre dialética no Programa Mecanismo e nos materiais disponíveis no portal.

Por incrível que pareça, ambos os conhecimentos existem na mesma proporção.

Aqui eu me refiro ao princípio da correspondência, que no plano inferior (dualidade espírito x matéria) também se manifesta como a “lei da compensação”.

O mesmo que está oculto e está exposto, como em qualquer dialética.

Uma coisa só se manifesta quando há uma relação dual em equilíbrio. Isso tende ao “meta”, ao “além” ou ao “infinito”, enfm…

E quanto mais “ciência” levamos para essa tendência “oculta”, mais “dados” estamos gerando, mais ciência estamos criando e mais estamos sentindo essa experiência virtual que estamos criando.

Há três tipos de conhecimentos fundamentais:

O que vem do produto da vivência de cada indivíduo no presente.

Esse tipo de conhecimento é o propulsor dos diferentes tipos de ciências sociais, ciência política, da antropologia, da filosofia, da religião, da psicanálise, da medicina.

Isso parte das perguntas que fazemos a partir do que vivenciamos no agora.

Nessa época eu estava começando a entender a relação entre história x questionamento

Quando nós construímos uma história consciente sobre o mundo, ou seja, uma história que nós fomos capazes de vivenciar, nossa capacidade cognitiva nos leva a questionamentos mais compatíveis com a nossa realidade individual, que como consequência do devir se torna a realidade coletiva.

Provavelmente, nessa época eu também estava amadurecendo a ideia de “senciência, consciência e ciência” como um fluxo dialético em que se “locomove” a percepção.

Tem o conhecimento que vem da nossa história (origem, passado, narrativas, etc).

É um produto das reações que ocorrem no primeiro.

Nessa etapa o conhecimento passa a se tornar institucionalizado e cria-se a máquina.

Os resultados da vivência são armazenados na memória e a sociedade passa a assimilar verdades, tornando-as cada vez mais reais, concretas e institucionalizadas.

É sobre a memória sendo retroalimentada e, em seu processo de “aprendizado”, passa a manifestar o campo de energia dual (eletromagnetica, mental, física-espiritual, enfim, chame do que quiser) que modula a realidade.

Precisamos falar mais sobre isso, mas esse não é o momento.

O conhecimento que vem dos cálculos em relação ao futuro (predição, estatísticas, controle de dados).

Quanto maior o volume de dados passados armazenados em bibliotecas e museus, maior a capacidade de encontrar tendências e projetar resultados.

A estatística, por exemplo, evoluiu como ferramenta essencial para lidar com grandes volumes de dados armazenados em bibliotecas e museus, inicialmente organizados de forma rudimentar.

No século XIX, métodos como amostragem e análise de séries temporais permitiram identificar tendências em registros históricos.

Com a digitalização no século XX, os dados passaram a ser processados com maior precisão por meio de softwares e técnicas computacionais, impulsionando áreas como Data Science e Big Data.

Hoje, a estatística combina aprendizado de máquina e inteligência artificial para identificar padrões complexos, unindo o estudo do passado com projeções futuras em diversas áreas.

Não obstante a isso, temos também o lado oculto da predição, o lado que envolve a psicologia do inconsciência, o misticismo e a cosmologia do ser. Tudo isso também manifesta o mesmo padrão.

Quem detem a magia de um, automaticamente detem a magia do outro.

O mesmo ocorre com as bigdatas e satélites.

É aqui que começamos a ver a “piramidização” hierárquica do sistema.

Quem tá embaixo, não sabe o que quem tá em cima sabe, e nem vai saber.

O poder ele não é apenas verticalizado, mas também é horizontal. Instituições de um mesmo setor têm a capacidade de influenciar a realidade de maneiras diferentes.

Há sim uma piramidização do sistema, mas ela se expande em altura, largura e profundidade à medida que o ser (de poucos) se eleva ao Ser.

E a tendência é que cada vez mais informações sejam ocultadas, afinal, a quantidade de informações expostas sob o domínio de grupos cada vez mais restritos é enorme.

Há um conjunto de “partes” interessadas na gestão de dados.

Stakeholders são os indivíduos e organizações impactados pelas ações de uma instituição.

Em um datacenter, há centenas de milhares de pessoas e organizações públicas e privadas que influenciam a existência daquela estrutura.

Veja o Google, por exemplo, que contém sistemas ultra-avançados e com alta sensibilidade para captação de dados, um amplo potencial e infraestrutura para o processamento e armazenamento, e tudo que discutimos sobre o controle de dados.

Esse é um exemplo claro de como essas estruturas representam muito mais que infraestrutura física: elas simbolizam poder.

Cada pessoa, cada empresa, cada instituição…

Manter um datacenter funcional, não é só sobre ter aceleradores caros ou imóveis bilionários, mas também sobre dominar redes globais de interações.

Essa relação também aparece nas interações entre os stakeholders mencionados: governos, instituições privadas e o indivíduo comum.

Enquanto os que estão “no topo” detêm a capacidade de moldar narrativas e controlar a informação de maneira quase invisível, a piramidização se expande em várias direções.

As “camadas” sociais acabam sendo tanto ferramentas quanto alvos, onde cada decisão, cada consumo, e até mesmo cada pensamento mediado digitalmente, contribui para um fluxo que retorna ao centro de controle.

A realidade é forjada em um movimento de energia que segue o movimento da imagem. Imagina a cobra como a energia do “conhecimento” oculto e científico (memória, cognição, percepção, consciência, etc) interajindo consigo mesma. Cada elemento que compõe esse processo de manifestação e transformação é como um elemento que o “forjador” usa para moldar a peça que está intencionando seu processo mental. O óculos, a marreta, as faíscas que criam o fogo, etc. Cada movimento produz um fluxo de energia trabalhada continuamente com uma intenção especifica que utiliza da energia da criação, para gerar o processo de construção daquela memória no estado da “forma”, que é o trabalho final.

Quando analisamos esses movimentos à luz da dialética, fica claro que o equilíbrio entre o que está oculto e exposto continua central, pois nenhuma forja pode perfeita a ponto de criar um universo, se não houver equilíbrio das interações energéticas que manifestam tudo issso.

Um datacenter, com seus milhões de linhas de código e quilômetros de cabos, é a manifestação material dessa dinâmica.

Ele tanto alimenta a ciência “visível”, com seus cálculos e tendências preditivas, quanto fortalece o aspecto “oculto”, onde o controle de dados gera conhecimento alienável.

Essa estrutura de poder, ao mesmo tempo tangível e intangível, reafirma como o domínio sobre os dados e a tecnologia molda não só nossas decisões, mas a própria realidade em que vivemos.

Tudo que é exposto tem seu lado oculto, logo, quanto maior o controle do que é exposto, mais restrito se torna o lado oculto.

O acesso de poucos a muito conhecimento (em termos de domínio desse conhecimento para forjar uma realidade).

No mundo que foi construído, não ganha quem tem mais dinheiro, mais poder político, ou sei lá o que mais. Ganha quem consegue influenciar o máximo possível de pessoas, pois assim você tem um maior controle de dados e, como consequência, consegue usar a “energia criadora”, ou apenas energia, para forjar a realidade que se deseja.

Por que coaching aparentemente fajudos conseguem influenciar cegamente tantas pessoas ao mesmo tempo? Pois ele está ali, forjando as pessoas, forjando a “mentalidade” que transforma o “espírito da coisa” na “coisa” de fato.

O sistema por si só, é competitivo.

Por ser uma cópia “negativa” de um estado perfeito, da verdade, o sistema contém os mesmos padrões metafísicos e dialéticos, mas que operam como um “contraponto” para dar “temperamento” ou realizar a forma enquanto existência, manifestação vivente.

Se pararmos pra pensar, o temperamento não apenas se manifesta em seres vivos, como também em toda a interação da vida com a não vida.

O temperamento na forja de uma espada, por exemplo, é crucial para equilibrar dureza e resistência pra garantir que a lâmina seja funcional e durável. É um equilíbrio essencial entre arte e ciência na fabricação de espadas.

Mas por que as espadas são fabricadas? Porque além da arte e da ciência, há o oculto, o “espírito da coisa”, ou como aprendemos com a mitologia, o “espírito que faz a coisa”.

A competitividade é a energia do conhecimento. Quanto mais “inferior” é o estágio da manifestação, mais densa a energia se torna.

Por inferior entenda, plano matéria-espírito.

E como eu já disse anteriormente, todo esse sistema cria um conhecimento que precisa, de alguma forma ser “registrado”.

Esses registros podem ser acessados através das práticas ocultas, artísticas e científicas.

Toda civilização e toda sociedade utiliza essas três práticas de maneira equilibrada para manifestar a realidade coletiva através das unidades (seres humanos) desse sistema (mundo) e suas interações.

Mas e as bibliotecas do futuro?

Naquele post, eu revelei uma série de princípios que manifestam as multiplas possibilidades da realidade.

Uma dessas realidades são os locais que armazenam, organizam e preservam os dados gerados pela produção oculta e científica.

Livros, são dispositivos de armazenamento de informações (informações), que são classificados e organizados em uma biblioteca (datacenter) que será acessada pelos entes e entidades (usuários com diferentes níveis de permissão).

As editoras coletam os dados (livros) dos escritores, e após tratarem essees dados distribuem na sociedade. Um satélite seria uma interessante analogia para as editoras.

Essas obras, ao serem compartilhadas de acordo com as diretrizes (leis, normas, classificações) do mundo, se manifestam como a sintetização do processo oculto e científico na arte, que nos caso dos livros refere-se à literatura.

Tal dialética, quando destrinchada em suas multiplas camadas e correspondência, nos permite não apenas imaginar as bibliotecas do futuro, mas também entender todo o processo de transformação do tratamento de informações.

Usamos o exemplo dos dados, mas eles são um ponto de partida.

Eles precisam ser processados, analisados e organizados para se tornarem informações úteis.

No campo da informação o mesmo padrão se repete e vai dando forma à ciência, filosofia e tecnologia que coletam, analizam e constróem verdades que molda como tomamos decisões e exploramos a realidade.

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