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Qual é a geração mais fracassada que existiu?

Muito se fala no fracasso das gerações, mas será que isso existe?

Índice do artigo

Nos últimos meses tenho observado o crescente discurso sobre o fracasso da Geração Z.

Desafios profissionais, doenças mentais, alto nível de dependência, dificuldades de se relacionar com o mundo, são tantas as questões que a mídia levanta que a impressão que eu tenho é que há uma certa intenção de depreciar a geração atual.

Será mesmo que a Geração Z é fracassada? Seria isso uma questão de gerra geracional? Será que isso implica em um processo de transição? Ou será que eu estou viajando na maionese?

É isso que vamos investigar neste artigo.

O que você vai ver à seguir é muito mais do que um simples artigo de Blog, é um estudo profundo que eu realizei na última semana a fim de estabelecer inputs que irão “organizar” a percepção dos leitores criando novas neuroconexões para um melhor processamento da realidade.

Isso significa que, ao ler este artigo e estudá-lo, provavelmente você removerá o véu que limita a nossa percepção sobre o processo de transformação que estamos vivendo.

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Um pouco mais sobre cada geração

Cada geração, na minha visão, representa um estágio no processo de transformação do “velho” para o “novo” mundo.

Nesse percurso, é possível notar que há vários pontos “alfa” “ômega” que marcaram o início e o fim de cada período desde o velho mundo até o mundo de hoje.

É interessante destacar que não se fala em outras gerações anteriores à Geração Perdida.

Provavelmente isso acontece pois as mudanças sociais e tecnológicas ocorriam de maneira muito mais lenta, ou seja, as transformações levavam muito tempo para impactar a sociedade como um todo.

Além disso, a história muitas vezes se concentrava nas elites – reis, nobres, generais e grandes figuras políticas.

As experiências comuns das pessoas não eram tão documentadas ou estudadas como são hoje.

Outro ponto é que as experiências de vida entre jovens e idosos eram semelhantes, e a sociedade não tinha a noção de identidade geracional como vemos hoje.

Eventos globais de grande impacto, como guerras ou crises econômicas, não afetavam de maneira simultânea e profunda o cotidiano de várias regiões do mundo.

A Revolução Industrial, no final do século XVIII, foi um ponto de virada, acelerando as transformações e começando a moldar experiências de vida mais distintas entre as gerações.

Com a chegada do século XX, eventos históricos marcantes, como a Primeira Guerra Mundial, começaram a influenciar amplamente uma coorte específica de pessoas, trazendo a ideia de “gerações” com experiências compartilhadas.

A ideia de categorizar as “gerações” emergiu mais amplamente quando as ciências sociais, como a sociologia e a psicologia, começaram a se desenvolver, e o estudo da sociedade em massa, das classes trabalhadoras e das culturas populares ganhou importância.

Além disso, se você traçar uma linha cronológica do pensamento filosófico desde o renascimento até a Primeira Revolução Industrial, verá algumas coincidências interessantes que implicaram diretamente na categorização das gerações.

Um exemplo disso é a relação entre a sociedade e o Estado, que foi profundamente modificada, estabelecendo as diretrizes políticas e institucionais do mundo pós-Iluminismo.

Estranhamente, sinto que o momento “pré-geracional” foi um período preparatório para o que viria à seguir.

Abaixo, veremos alguns pontos específicos e transformações marcantes de cada geração.

Geração Perdida (1883-1900)

A época foi marcada por grandes transformações culturais.
A época foi marcada por grandes transformações culturais.

A Geração Perdida viveu as consequências da Primeira Guerra Mundial e viu a quebra de antigas ordens políticas e sociais, o que levou a um forte sentimento de alienação e crise de identidade.

Essa geração questionou os valores tradicionais e iniciou movimentos culturais que moldariam o modernismo, rompendo com convenções artísticas e sociais.

Principal transformação: Desilusão pós-Primeira Guerra Mundial e mudança nos valores culturais.

Geração Interbellum (1901-1913)

Crescendo entre as duas guerras mundiais, essa geração viveu tempos de grande incerteza com a ascensão do fascismo, nazismo e outras ideologias totalitárias.

A crise econômica da Grande Depressão também moldou a mentalidade de cautela e sobrevivência dessa geração, ao lado do avanço de inovações tecnológicas como a aviação e o rádio.

Principal transformação: Instabilidade política e ascensão dos regimes totalitários.

Geração Grandiosa (1914-1927)

A Geração Grandiosa foi marcada pela Segunda Guerra Mundial e pelo esforço massivo de reconstrução no pós-guerra.

Eles foram responsáveis por reconstruir economias devastadas e estabelecer a ordem global do pós-guerra, sendo pilares do crescimento econômico e da construção de instituições internacionais como a ONU.

Principal transformação: Participação e reconstrução após a Segunda Guerra Mundial.

Geração Silenciosa (1928-1945)

A Geração Silenciosa ajudou a estabilizar o mundo após os períodos de guerra e depressão.

A grande depressão foi um importante marco histórico.
A grande depressão foi um importante marco histórico.

Eles foram os responsáveis por impulsionar o crescimento econômico das décadas de 1950 e 1960, construindo uma classe média forte e estável.

Em termos de cultura, essa geração valorizava o trabalho duro e o conformismo, contrastando com a rebeldia das gerações posteriores.

Principal transformação: Desilusão pós-Primeira Guerra Mundial e mudança nos valores culturais.

Baby Boomers (1946-1964)

O movimento hippie e todas as manifestações da época sintetizaram o capitalismo moderno.
O movimento de contracultura e todas as manifestações da época deram forma às pautas ideológicas do mundo moderno.

Os Baby Boomers nasceram em um período de grande prosperidade, mas também viram o surgimento de importantes movimentos sociais, como os direitos civis, o feminismo e a contracultura dos anos 60.

Foram protagonistas na expansão do consumo de massa, e seu estilo de vida moldou o mundo moderno em termos de economia e cultura.

Principal transformação: Crescimento econômico e movimentos sociais.

Geração X (1965-1980)

A Geração X cresceu em meio à transição entre o mundo industrial e a economia globalizada e digital.

Eles testemunharam o colapso da União Soviética, o fim da Guerra Fria, e o surgimento da internet.

O mundo moderno chegou às famílias.

A Geração X foi pioneira na adoção de novas tecnologias e na mudança para um mercado de trabalho mais flexível, o que moldou o atual ambiente de trabalho digital.

Principal transformação: Globalização e revolução tecnológica.

Millennials (1981-1996)

Os Millennials cresceram com a internet e presenciaram a transição para um mundo hiperconectado, marcado pelas redes sociais e pela globalização.

Tragédias e crises marcaram essa geração. A alta expectativa de prosperidade, decorrente dos avanços, foi contrastado pela dura e trágica realidade vivida.

A crise financeira de 2008 também foi um marco importante, fazendo com que essa geração tivesse que lidar com insegurança no emprego e aumento do custo de vida.

A inovação e o empreendedorismo digital também marcaram a trajetória dos Millennials.

Principal transformação: Crescimento da internet e das redes sociais.

Geração Z (1997-2012)

A Geração Z é diferente pois representa uma quebra de padrão do velho para o novo mundo.
A Geração Z representa uma nova quebra de padrão entre o velho e o novo mundo.

A Geração Z é a primeira a crescer em um mundo totalmente digital, com acesso constante a smartphones e redes sociais desde cedo.

Isso trouxe uma nova dinâmica de comunicação e socialização, mas também desafios, como o impacto na saúde mental.

Eles também são conhecidos pelo forte engajamento em causas sociais e ambientais, desafiando as estruturas tradicionais.

Principal transformação: Digitalização total e ativismo social.

Geração Alfa (2013-presente)

A Geração Alfa está crescendo em um mundo onde a automação, inteligência artificial e realidade aumentada já fazem parte do cotidiano.

A principal transformação para essa geração será a integração ainda mais profunda entre tecnologia e vida humana, e o desafio de lidar com pautas como as mudanças climáticas.

Principal transformação: Inteligência artificial e automação.

Impacto da categorização geracional

Você pode está se perguntando, o que muda categorizar a sociedade por gerações?

Há várias questões envolvidas, mas darei destaque ao fato de que isso cria e fortalece os nichos sociais.

Um nicho social é um segmento específico dentro de uma sociedade que compartilha características, interesses, comportamentos ou necessidades comuns.

Isso ajuda a construir uma certa padronização ou estereótipo que pode ser analisado dialeticamente a partir das questões fundamentais de cada época, bem como seus dilemas sociais.

Perceba que em cada geração há seus extremos.

A Geração Perdida, por exemplo, viu a formação de blocos ideológicos e alianças que levaram à Primeira Guerra Mundial.

O nacionalismo exacerbado e o imperialismo das potências europeias culminaram no conflito, criando uma dicotomia de poder e controle territorial.

Ao mesmo tempo, na esfera cultural, houve um florescimento do modernismo, com artistas e intelectuais questionando as tradições e explorando novas formas de expressão.

O modernismo contrastava fortemente com os valores conservadores pré-guerra, criando um choque entre o velho e o novo.

Os Baby Boomers cresceram em um período de otimismo econômico e expansão da classe média, com altos índices de consumo e prosperidade.

No entanto, nos anos 1960, surgiu o extremo oposto, com a contracultura e os movimentos de rejeição ao sistema estabelecido.

A Guerra do Vietnã, a luta pelos direitos civis e os movimentos feminista e ambientalista foram expressões de um grupo que desafiava o consumismo, o militarismo e a autoridade.

Assim, os extremos foram o conservadorismo tradicional e a busca por mudança radical e liberdade pessoal.

A Geração X viveu o auge do individualismo em contraste com a globalização crescente.

De um lado, havia uma cultura do “faça você mesmo”, com jovens valorizando a independência, a busca por carreiras flexíveis e uma desconfiança em relação às grandes instituições.

Do outro lado, o mundo se tornava cada vez mais interconectado, com o aumento da globalização econômica, a queda de barreiras comerciais e a revolução tecnológica que estava transformando as comunicações.

Os Millennials viveram uma transformação radical com o avanço da internet e da digitalização, que trouxe inovação, conectividade e oportunidades sem precedentes.

Porém, ao mesmo tempo, enfrentaram uma crescente incerteza econômica, particularmente após a crise financeira de 2008.

Enquanto a economia digital oferecia novas possibilidades, muitos jovens se depararam com mercados de trabalho instáveis, empregos precários e a perda de direitos trabalhistas tradicionais.

Assim, podemos considerar que os extremos para os Millennials foi o progresso tecnológico e a precariedade econômica.

Já a Geração Z é a primeira a crescer em um mundo totalmente digital, onde a hiperconectividade faz parte do dia a dia.

Essa geração está sempre conectada às redes sociais, tem acesso instantâneo a informações e vive num ambiente de constante inovação tecnológica.

Porém, o outro extremo é o crescente isolamento social e a deterioração da saúde mental, causados em parte pelo uso excessivo dessas plataformas digitais.

A Geração Z vive o paradoxo de estar hiperconectada, mas ao mesmo tempo sentir-se mais isolada, além de lidar com o impacto das redes na autoestima e bem-estar.

No Programa Mecanismo eu abordo um ponto específico que é o processo de transformação da realidade a partir de padrões distópicos x utópicos estabelecidos a partir de extremos opostos.

Cada um desses dilemas citados acima levam a sociedade para uma transformação específica que está profundamente relacionada com a evolução geracional e a criação de nichos sociais, que determinam questões como pesquisas e inovação, mentalidade individual e coletiva, etc.

É claro que a gradiente entre extremos é muito mais complexa do que a que foi traçada acima. Cada transformação intrageracional requer uma analise mais, digamos, holística.

Mas como eu disse, o objetivo deste artigo é introduzir essa ideia para que você observe as múltiplas camadas dessa dinâmica na prática cotidiana.

O fracasso das gerações

Ao desenvolver este artigo, reforcei uma ideia que eu já tinha em mente: gerações descendentes são vistas com maus olhos pelas gerações anteriores.

Talvez isso possa ser justificado por aquela famosa frase que diz: “homens fortes criam tempos fáceis e tempos fáceis criam homens fracos.”

Isso não pode ser visto como uma verdade absoluta, é claro, mas há sim uma lógica profunda em tal afirmação.

A sociedade progride dialeticamente, em que o estágio anterior é transformado a partir de suas contradições emergentes. Tais contradições buscam ser superadas, e quando isso acontece, o mundo se transforma e caminha em direção a novos dilemas.

Cada geração tem suas dificuldades, e pela perspectiva de quem enfrentou essa dificuldade, é claro que a próxima geração terá uma vida mais fácil em relação àquele problema.

Veja como as gerações mais antigas encontram desafios para se adaptar ao progresso tecnológico e às questões ideológicas cada vez mais voltadas à diversidade.

É normal, por exemplo, ver pessoas mais velhas dizendo que “no meu tempo não tinha essas frescuras de ansiedade”. Até tinha, mas não era um problema a ser enfrentado com prioridade, como é hoje.

Outro ponto é que geração tende a enxergar suas próprias normas, valores e modos de vida como “normais” ou “ideais”, e as mudanças trazidas pelas novas gerações muitas vezes são percebidas como ameaçadoras ou desconcertantes.

Para que abandonar o bom e velho papel e caneta para usar um computador? Por que abrir mão de uma ligação para usar um aplicativo de mensagens? Porque é mais fácil? Que preguiça é essa?

Sim, isso pode soar “preguiçoso” ou “desnecessário” para quem viveu uma vida inteira nos “bons e velhos” costumes.

Tendo isso em mente, posso concluir que a Geração Z não é a única que foi vista como fracassada.

Todo progresso traz facilidades e desafios que moldam suas gerações. Todas tiveram pontos negativos que surgiram como um contraste da transformação do status quo.

Como vimos, essa negação (que pode ou não se tornar uma rejeição) faz parte do processo de transformação dialética, em que ao afirmar a existência de uma nova geração, expõe contradições que se estabelecem como antíteses e sintetizam as transformações.

Cada geração representa uma camada das sucessivas transformações que o mundo tem passado. O processo de superação dialética, portanto, sintetiza novas realidades que tendem a se adequar às mudanças definidas pela agenda vigente.

E não é segredo para ninguém que eu, Luiz do Fora de Senso, vejo isso como algo premeditado, pertencente a um processo artificial que em um contexto macro surgiu como uma antítese à natureza dessa realidade que vivemos.

Em outras palavras, seja lá qual for a origem da realidade atual, as transformações do movimento artificial estão originando uma nova realidade, que tende a repetir os mesmos padrões da realidade anterior, porém com uma estética diferente.

Essa sobreposição de camadas de realidade, ou melhor, essa expansão alternada da realidade vai distanciando o presente de um passado que se tornará cada vez mais esquecido e aí a verdade se tornará o novo mundo.

Exemplo disso é quando observamos que há algum tempo os povos originários eram os “homens das cavernas” e hoje eles são os indígenas, amanhã quem sabe serão a sociedade atual, que chamamos de “moderna” e habita em casas poucos sustentáveis de tijolos e cimento e utiliza fontes de energia poluentes e primitivas.

Tudo isso vai sendo desenvolvido com base na progressão entre ciência, teologia e filosofia, componentes que formam o conhecimento e definem o que é “a verdade”.

Essa verdade é o que define e molda a realidade.

Gerações transicionais

Como você já deve ter notado, eu busco perceber o mundo dialeticamente e é daí que veio a ideia de “gerações transicionais”.

Antes de mais nada, é necessário entender que o olhar dialético parece linear, mas não é.

A totalidade de uma dialética é muito mais complexa, pois requer um nível de abstração tão elevado que uma única afirmação bastaria para justificar todo o resto.

Na minha visão, isso é inalcançável, mas a busca pelo alcance dessa totalidade é o motor da transformação que desenvolve a teoria do conhecimento.

Se pararmos para observar, todas as gerações se estabelecem nesse padrão, cuja totalidade é a manifestação de uma realidade induzida por grupos dominantes.

Nos tópicos a seguir veremos algumas dessas relações.

É importante observarmos que os comparativos evidenciam uma dinâmica entrelaçada, como “nós” que se conectam uns aos outros.

Cada geração não se desenvolve de forma isolada, mas sim em uma rede de influências mútua, onde as tensões e contradições geram novas sínteses. Esses “nós” conectam ideias, valores e circunstâncias, criando uma trama histórica interdependente.

Essa visão dialética, onde cada geração se entrelaça à outra, fortalece a ideia de que não podemos analisar uma geração sem entender o contexto de sua predecessora e o impacto sobre a sua sucessora. 

Lembre-se: na Matrix, o passado projeta o fulturo que guia o presente que, ao ser experienciado, cria novas camadas do processo histórico (passado), se tornando a verdade que conduz a criação de leis, condutas morais, etc.

Agora vamos a uma visão geral desse entrelaçamento, relacionando as gerações bem como suas transformações.

Geração perdida x Geração Silenciosa

Da ausência de propósito para um propósito coletivo, essas gerações vivenciaram o rompimento com o passado para o estabelecimento de uma nova era em termos de cultura, arte e tradições.

O processo histórico ocorrido entre essas duas gerações foi um marco para a superação de um passado que já vinha de um profundo contexto de ressignificação científica, filosófica e teológica.

Porém, era necessário levar essas ressignificações para a esfera social, ou seja, incorporar tais transformações à consciência da sociedade comum, para que esse passado projetado no futuro se tornasse a bússola da humanidade no presente.

Geração Silenciosa x Geração X

Do conformismo dos indivíduos e do trabalho duro industrialista, para o inconformismo e a flexibilidade do trabalho digital.

O trabalho representa a principal fonte de renda das famílias e define o contexto em que se estabelecem os mercados de consumo.

Não apenas isso, o trabalho tem profunda relação com o poder dos indivíduos em vários aspectos, incluindo o poder de transformar a realidade individual e coletiva, bem como realizar suas vontades, sejam elas de ordem superior ou inferior.

Baby Boomers x Millennials 

Aqui, o consumismo se moderniza. Tivemos uma profunda mudança na forma como a sociedade comum se relaciona com o plano material.

Antes disso, tal mudança já havia sido consolidada nos campos da ciência, da filosofia e da teologia, como mencionei anteriormente.

A ótica materialista levou a sociedade de uma relação simplista e individual com o meio para uma relação complexa de produtividade e consumo.

A produtividade influencia diretamente nas prioridades da sociedade. O consumo exerce forte influência sobre as necessidades dos indivíduos e não só isso, modula a estrutura social bem como seus dilemas e preocupações.

Geração Z x Gerações Futuras

Aqui vivemos profundas transformações do mindset da sociedade tanto sobre questões ambientais, quanto sobre questões comportamentais.

Novos dilemas, novos desafios, novas leis, condutas morais, tudo está sendo consolidado neste ponto, o que talvez tenha relação a tentativa de definir a Geração Z como fracassada.

Nesse ponto, a sociedade já está com a mentalidade necessária para “migrar” de vez para o novo mundo.

Esse ponto de virada representa o alcance do ponto ômega da sociedade como a conhecemos, ou seja, o ponto de destruição para a criação de uma nova realidade.

Neste vídeo eu falo um pouco mais sobre energia alfa e ômega.

É importante você entender essas relações que traçamos até aqui, pois agora retiraremos uma pequena amostra desse complexo entrelaçamento de gerações para analisa-la isoladamente.

A partir de agora, falaremos especificamente sobre a Geração Z e como a construção do seu fracasso representa a modulação da energia ômega, ou melhor, de sua destruição para a chegada da nova era.

O fracasso da Geração Z

A afirmação do fracasso da Geração Z, na minha visão, tem total relação com a definição das diretrizes do novo mundo.

Esses são os pontos de partida para o contexto social e seus desafios (pre-estabelecidos pela agenda).

Recentemente, fiz um artigo acadêmico sobre o Great Reset, preconizado por Klaus Schwab do Fórum Econômico Mundial.

Não é difícil perceber que a elite intelectual conduz as diretrizes da realidade, ou seja, define o que é real, o que é prioridade e abre o leque de possíveis soluções que serão exploradas pela elite detentora dos meios de produção e dos mercados consumidores.

Uma das frases mais famosas da obra do FEM é “você não terá nada e será feliz”.

Dentre os vários pontos macro, micro e individuais levantados no livro, pude notar que temos as seguintes possibilidades para o “novo mundo” pós reset.

Em primeiro lugar, é possível notar que a sociedade atingirá um nível de coletivismo em que a autonomia individual será sobreposta pela vontade soberana das instituições, que em teoria atende às necessidades das massas, mas que são necessidades criadas por problemas que as próprias instituições construíram.

Isso significa novas definições de liberdade, livre arbítrio, entre outros aspectos fundamentais da moralidade.

Em segundo lugar, pude notar que os problemas do mundo serão prioridade, e as questões individuais cada vez mais sucumbidas.

A ansiedade de cada um será problema nosso, não de cada um. O bournout não é uma consequência das escolhas individuais, mas sim de um sistema corrompido que não respeita os seres humanos, e por aí vai.

Isso inibe a iniciativa e a criatividade dos indivíduos, que tende a ser direcionada apenas para atender às necessidades das instituições, o que me soa como se, na nova sociedade, a soberania não será do povo, mas sim das próprias instituições (o que já podemos notar na praxis).

Um terceiro ponto é a dificuldade da Geração Z em se relacionar com as condições de trabalho.

Faça uma pesquisa no Google apenas com o termo “Geração Z” e veja como o assunto é amplamente discutido pelo mainstream.

Se você me acompanha, sabe que o trabalho tem profunda relação com o poder.

Neste vídeo eu falo mais sobre a relação entre política, poder, realização, trabalho e liberdade.

Poderíamos discorrer vários outros pontos, mas aqui destaquei apenas alguns que servirão como base para o que virá à seguir.

Como eu disse, o ponto de partida do novo mundo está sendo estabelecido na Geração Z.

Todos os desafios, dilemas, pautas sociais, questões morais, éticas, comportamentais, estéticas, tudo, absolutamente tudo está sendo consolidado na Geração Z.

O fracasso moral e a evasão da realidade atual

O fracasso precisa ser compensado de alguma forma.

Em um contexto amplo, a realidade física se tornou um lugar hostil, onde os fracos são devorados por aqueles que aspiram pela arte da guerra.

O fracasso moral tem profunda relação com o medo e nessa condição, a covardia se torna uma forma de autodefesa.

Apesar disso, a vontade de expressar suas convicções se mantém nos indivíduos, que encontram no novo mundo uma oportunidade para se manifestar.

Esse padrão não se restringe apenas as questões políticas ou religiosas.

Isso abrange todas as questões interconectadas às relações de poder, incluindo o trabalho, a propriedade, a família, o propósito e a vontade individual, entre outros.

Lembre-se sempre de que o poder não se limita a questões econômicas ou morais, e se estende à capacidade de realização dos indivíduos e, como uma resultante do exercício do poder individual, da realização da sociedade.

O fracasso moral habita nessa confusão sutil que nasce da ignorância, e da incapacidade de ir além.

O mundo digital, ou “o novo mundo”, é uma grande oportunidade de resgatar esse poder, afinal, é um lugar em que ainda há “liberdade de expressão” (até certo ponto), há um mercado de trabalho flexível, entre outras possibilidades.

Por isso, não é difícil justificar o porquê das novas gerações estarem migrado cada vez mais para o meio digital.

Autoestima abalada e a valorização do aberrado

O que é necessário para ser aceito? E de onde surge a aceitação como uma necessidade?

Por muito tempo, as necessidades e ações cotidianas dos indivíduos se limitavam ao cultivo e à subsistência. Os problemas e os questionamentos eram muito minimalistas.

Com a expansão dos impérios, a construção dos sistemas sociais e políticos, a doutrinação e subordinação das classes, tais necessidades se tornaram mais complexas.

Necessidades complexas levam a um sistema complexo de satisfação de vontades.

Tal sistema não pode ser gerido pelas famílias, justificando a criação de um poder central que viria para atender às demandas do progresso.

Da relação entre Estado e sociedade, surgem as relações de opressão.

Tais relações abalam a autoestima dos indivíduos e os torna cada vez menos autoconfiantes.

Assim, podemos notar que as novas gerações estão cada vez mais dependentes de soluções que lhes ofereçam mais estabilidade (você não terá nada e será feliz).

Tais soluções requerem sacrifícios. É como o zero a esquerda da escola que precisa se humilhar para andar com os mais populares.

Daí surge a valorização aberrado, que nada mais é do que um afastamento do ser à sua natureza, decorrente do autosacrifício necessário para o pertencimento e à recuperação (mesmo que superficial) da autoestima.

Aversão ao poder

Um dos maiores desafios enfrentados pelo mercado de trabalho, é que a Geração Z está cada vez menos interessada em cargos de liderança.

Estava lendo algumas notícias sobre a Geração Z e me deparei com essa.

A matéria da CNN Brasil destaca que a Geração Z busca um propósito e senso de pertencimento no trabalho, priorizando esses aspectos acima de simplesmente ganhar um salário.

Especialistas explicam que essa geração valoriza ambientes onde se sintam conectados com a cultura da empresa e onde suas ações tenham impacto social.

Segundo a matéria, eles desejam flexibilidade, oportunidades de desenvolvimento e locais de trabalho que promovam inclusão e diversidade.

Isso reflete uma mudança nas expectativas em relação ao mercado de trabalho comparado com gerações anteriores.

A matéria nos mostra algo interessante: o empoderamento dos indivíduos está cada vez mais alicerçado na “nova moral” (pertencimento).

O poder não é individual, mas sim uma força externa cuja representação se dá por pautas sociais e seus grupos.

Quanto mais fortes são os grupos, mais empoderados seus membros se tornam.

O poder portanto passa a ser coletivo, o que de certa forma se torna algo alheio aos indivíduos que se transformam em baterias que alimentam o poder de tais grupos, que então se tornam soberanos.

Isso parece bom, mas é perigoso.

Nesse cenário, o poder não é, antes de tudo, uma relação do indivíduo consigo mesmo, mas sim uma relação do indivíduo com o meio, e o meio se torna uma fonte de poder que é distribuido de maneira mais “equitativa”.

O perigo se manifesta a partir da definição de “equitativo” que passa a ser gerenciado pelas instituições, que indiretamente fortalecem as diferenças e desequilíbrios.

Normalização de distúrbios

Novamente, peço que você efetue uma rápida busca no Google com o termo “Geração Z doenças”.

Não é difícil notar também que distúrbios de saúde física e mental estão sendo normalizados.

Basta ver como essas questões se tornaram lucrativas tanto para o setor privado, quanto para o setor público.

Ansiedade da Geração Z impulsiona indústria de US$ 27 bi” diz matéria da Forbes.

É notório que os indivíduos, de tanto afirmarem seus distúrbios, já estão acostumados com a baixa performance e a limitada capacidade de levar a “vontade de poder” para a prática.

Só quem se destaca é quem aprende a jogar o jogo do “novo mundo”. Isso meio que força a evasão da sociedade, conforme falado no primeiro tópico.

Doenças mentais, distúrbios sociais e questões que levam à depreciação do ser humano como seres limitados, são meios para a criação de soluções que potencializam a superação de tais desafios.

Isso torna os individuos cada vez mais dependentes das instituições. Assim, as instituições se tornam os indivíduos e os indivíduos apenas “células” desses organismos artificiais.

Em um mercado que fala em integração do homem e das máquinas, com o impactante lema de que “não teremos nada e seremos felizes”, claramente estimulado por uma forte intervenção estatal através de estímulos economômicos como uma consequência dos desafios resultantes da pandemia e das crises econômicas, tal condição de “desempoderamento” e enfraquecimento do ser me parece super conveniente.

A Geração mais fracassada de todos os tempos

Não há uma geração única que possa ser definida como a “mais fracassada”, mas sim um ciclo contínuo de criação e destruição de costumes, valores e comportamentos que fazem parte do processo histórico artificial.

Cada geração traz consigo suas próprias características e desafios, moldadas por forças econômicas, sociais, tecnológicas e culturais específicas de seu tempo.

Algumas gerações, como podemos ver acima, marcam períodos de transição entre etapas do processo histórico.

Outras representam o início, assim como tem aquelas que representam o fim.

Início, meio e fim não são posições estáticas, mas sim um entrelaçamento de épocas e transformações.

Essas forças de transformação, impulsionadas por elites políticas e intelectuais, redefinem o que é considerado sucesso ou fracasso.

As mudanças tecnológicas e a migração para o ambiente digital são, para muitos, uma tentativa de resgatar o poder individual em um sistema que, por vezes, desvaloriza a criatividade e inibe a autonomia.

Mas é claro que esse é um caminho contrário que está sendo definido como “o caminho certo”. Para mim, isso significa a inversão de vários significados.

É claro que não podemos ignorar o fato de que toda a agenda atual está levando a humanidade para um caminho em que o ser humano de hoje não será mais o mesmo de amanhã.

No futuro, seremos vistos como selvagens, como povos originários de um estágio primitivo da próxima civilização.

Ao entrar em contato com essas informações, espero que você seja capaz de observar tais movimentos em sua realidade, e como isso chega até você, ou melhor, o que você sente em relação a isso.

Minha busca aqui é estimular a senciência e a ciência, para que ao estabelecer essa fluídez, você seja capaz de despertar a sua consciência.

Em outras palavras, esse artigo vem como uma forma de trazer mais contexto e profundidade acerca desse processo, com o objetivo de aprimorar a sua percepção.

Espero que essas informações tenham sido úteis.

Até a próxima!

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