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Liberte-se da prisão emocional

As emoções podem ser poderosos recursos de realização, ou uma sutil prisão que nos leva a um ciclo vicioso de dor e prazer. Liberte-se!

Índice do artigo

À medida que você se desenvolve em uma jornada de despertar, começa a ter mais clareza sobre como o fator emocional é determinante na maneira como você dispende atenção às coisas.

Hoje, enquanto lia algumas notícias e acompanhava as atualizações do cenário político, observei que algo mudou. Não só isso, também percebi o mesmo padrão no final de semana, durante uma festa, como mencionei no artigo anterior.

Toda situação que dispara em mim algum gatilho que remete ao meu passado me traz, cada vez mais clareza sobre o que sinto em relação a essa memória.

Ter um certo nível de consciência sobre minhas ações me permitiu, por exemplo, negar um trago de cigarro na festa do final de semana (algo que antes não acontecia).

Ao recusar, senti, lá no fundo, a vontade se manifestando como uma necessidade de pertencimento social, ou uma maneira de me conectar com as pessoas.

Foi aí que me peguei observando essa necessidade se diluir rapidamente com a consciência que eu estabeleci sobre ela.

Trazer consciência para as coisas, é a melhor maneira de levá-las para o sentido da neutralidade.

Nesse momento, percebi que, como contrapartida dessa necessidade de pertencimento despertada pelo cigarro, havia uma profunda sensação de que eu não pertencia àquele contexto e nem precisava me forçar a isso.

Eu precisava estar naquele lugar, mas não adequar minhas ações e comportamento para ser aceito por quem estava ali.

Isso me permitiu traçar até onde ia a minha necessidade, e isso possibilitou que eu colocasse limites em minhas ações, para mantê-las coerentes com as minhas intenções.

Talvez isso justigique o porquê de eu metornar “outra pessoa” no tempo em que eu me submetia a esses gatilhos.

Se você leu o último artigo, deve ter visto sobre o poder do “não” e como assumir uma postura de alto valor te leva a tomar decisões mais conscientes e coerentes com suas reais necessidades.

Ainda sobre a rejeição do trago, não estou dizendo que fumar é errado. É uma escolha.

Emoções e sentimentos são coisas diferentes, mas funcionam de maneira intercambiável. Um sentimento cria a possibilidade para a manifestação de várias emoções.

Fonte: https://colaborae.com.br/blog/2024/09/08/conscientizacao-emocao-e-sentimento/

Fumar por um aspecto emocional, como um mecanismo de resposta a um gatilho e à sensação que ele provoca tem a ver com um sentimento específico que tendemos a reprimir da nossa consciência e jogamos para o inconsciente.

O sentimento de pertencimento social é o gatilho que me levava a aceitar tragos e mais tragos de cigarro, e isso me permitia sentir emoções que equilibravam a minha experiência à atmosfera daqueles lugares, ou seja, eu me sentia parte daquilo, daquelas “loucuradas coletivas”.

A consciência de que aquela ação, no momento daquela festa, não me era necessária, me permitiu conectar com as pessoas de uma maneira mais verdadeira, ao contrário do que acontecia antes, quando a minha empatia era provocada por comportamentos espelhados.

Quando agimos por puro espelhamento, por uma necessidade não revelada à consciência, instalamos em nossa mente uma espécie de “Cavalo de Troia”.

Assim, em situações semelhantes, em que é necessário algo relacionado ao pertencimento, a atitude provavelmente será fumar, ou algum mecanismo relacionado, como espelhar comportamentos das pessoas, ou usar os recursos que estejam disponíveis e que estejam sendo utilizados pela maioria das pessoas.

Esse tentativa de criar empatia e gerar pertencimento é inconsciente, e é movida por questões subjetivas do nosso ser, que podem ser úteis na superação das próprias questões emocionais que nos aprisionam.

Cada vez que eu aceitava um trago de cigarro, acabava fumando a noite inteira e, no dia seguinte, me sentia muito mal. Meu corpo não estava acostumado, e a sensação que tinha durante o dia me levava a questionar se aquilo realmente valia a pena.

Quase sempre a resposta era “não”, mas eu a ignorava e fazia qualquer coisa para restabelecer meu organismo, como um gargarejo ou o uso de óleo essencial. Eu fazia tudo, menos estabelecer um diálogo interno entre o que meu corpo dizia, o que eu sentia e o que aquilo representava para o meu ser como um todo.

Tal inconsciência me afastava do meu autoconhecimento, e da minha capacidade de lidar com as situações sem me submeter ao condicionamento externo.

Há sim um condicionamento, mas ele se estabelece por meio de uma relação de troca, não sacrifício.

Hoje, ao ler uma notícia sobre política, vi fatos se repetindo como um loop infinito.

Da mesma forma que ocorreu com o cigarro, isso ativou gatilhos do passado, da época em que eu era envolvido com a política institucional e emocionalmente vulnerável a qualquer notícia que ressoava ou dissoava com minhas crenças.

A reação que isso gerava em mim era um misto de prazer, dor, alegria, tristeza e raiva, que me mantinha preso em um ciclo emocional tão acessível quanto o cigarro na época em que era viciado.

Essa mistura de emoções trás intensidade, e nos leva a uma profunda imersão ao mundo dos sentidos, ou seja, daquilo que a gente vê, ouve, toca, cheira e experimenta.

Essa imersão, quando inconsciente, se torna a nossa prisão.

E naquele momento, quando eu vi aquela notícia, pela primeira vez desde que atingi um certo nível de consciência, percebi que não projetei nenhuma emoção.

Apenas prestei atenção ao que a informação queria dizer, seja aquilo uma tentativa de manipulação ou um discurso político qualquer. As minhas emoções, pela primeira vez, não estavam imersas aos fatos, não faziam parte daquilo.

Isso me permetiu compreender aquela mensagem com um nível de clareza que não afetou meu estado emocional.

Me deparei, então, com um momento em que meu estado de consciência tendia à neutralidade.

A emoção é parcial; é um estado inferior (terreno) em que você se desloca da neutralidade da consciência e se posiciona em relação ao que está observando.

Quando você não está vendo nada relacionado à política, está neutro em relação a esse assunto.

É como não ser mais um fumante ativo: no dia a dia, não penso em cigarro e não sinto a vontade que sentia antes. Da mesma forma, não tenho mais o desejo de consumir conteúdo político como antes. Fico em um estado de neutralidade até que algo ative um gatilho.

Desta vez, porém, foi diferente. O gatilho foi ativado, mas parou na observação e não alcançou o campo emocional para alterar meu estado.

Quando vi aquela notícia como se fosse algo não relacionado à política, isso me trouxe uma nova percepção.

As pessoas hoje estão tão fissuradas no mundo, nas guerras ideológicas, no consumismo e na busca por satisfação intelectual, que tudo isso desperta nelas uma vontade incessante de sentir emoções. Elas estão viciadas no que as emoções lhes causam, seja dor, seja prazer.

Então, vejo que elas não estão viciadas apenas em notícias ou substâncias; estão viciadas naquilo que isso proporciona e, por isso, estão vulneráveis aos gatilhos emocionais e despreparadas para lidar com eles.

A vida das pessoas tem tantos gatilhos relacionados a opressão, submissão e injustiça, que qualquer situação dispara uma reação emocional semelhante àquela gerada por assuntos como política.

É tanta coisa que dispara um mesmo gatilho, que as pessoas já não sabem mais o que fazer e, por isso, se entregam.

Diante de uma situação que não tem nada a ver com política, mas que ativa um gatilho, a pessoa reage da mesma forma. Sua mente está viciada na resposta emocional que ela se entrega facilmente àquilo que satisfaz essa necessidade, não importa se é um cigarro, um chiclete, um tema político ou qualquer outra forma de relacionamento vazio e sem propósito.

A resposta será sempre a mesma, deslocando-a da neutralidade para uma parcialidade emocional, gerando uma reação favorável ou contrária que provoca emoções, sejam elas positivas ou negativas.

Assim, até quando está sozinha, ela está sendo estimulada a se deslocar da neutralidade.

A chave disso tudo é entender o papel da emoção em nossa vida.

Emoções são recursos fundamentais para nossa manifestação como seres humanos. Por serem tão importantes, estão profundamente ligadas ao nosso poder de realização.

Se você souber usar as suas emoções em um discurso cujo objetivo é trazer alegria, terá o resultado esperado e movimentará a energia necessária para promover uma transformação. Caso contrário, criará um efeito que te prenderá em emoções distorcidas, sem levar a lugar algum.

Imagine só, fazer um discurso com o objetivo de alegrar as pessoas e, no final, deixá-las enfurecidas?

Portanto, é importante entender que as emoções devem ser recursos utilizados pela consciência, não pelo inconsciente — que é o que estamos adaptados.

Permitimos que isso aconteça não por escolha, mas porque sentimos essas emoções e sabemos como afetam nossas escolhas e ações. Contudo, mesmo diante de erros e atitudes impulsivas, não paramos para refletir sobre nossas emoções.

Queremos apenas reparar os danos com desculpas vazias, presentes ou ações que apenas postergam nossa cura emocional.

Se você busca uma liberdade genuína, uma autovalorização e, como consequência, a valorização do que está ao seu redor, comece lapidando seu campo emocional.

Isso “antecede” aquilo que sempre menciono sobre a relação entre vontade e satisfação, uma dualidade que leva à realização e manifesta um estado de liberdade.

Na verdade, a consciência e a lapidação emocional são os primeiros passos para transcender o plano inferior (terreno x espiritual) ou, pelo menos, aquilo que nos mantém presos ao véu que limita nossa percepção sobre o que nos rodeia e o que carregamos dentro de nós.

Se é essa liberdade que que você deseja, fica aí a mensagem.

Esse texto é uma sincera reflexão para quem está em busca do despertar, da liberdade, da felicidade e da iluminação.

O projeto Fora de Senso busca isso por meio da expansão dentro do equilíbrio.

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Espero que essas informações tenham sido úteis.

Um forte abraço e até a próxima!

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[…] Na ocasião em que falei sobre emoções, foi quando escrevi esse artigo. […]

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